Produção In The box

Se está aqui é porque descobriu que você mesmo pode fazer as suas próprias produções, sem que precise ter ou alugar um studio, comprar equipamentos caríssimos ou depender de uma técnica sobre-humana e, o melhor de tudo, obtendo resultados de qualidade.
Contudo, se você caiu aqui de paraquedas, vou lhe situar um pouco melhor, afinal, o que seria uma produção in the box? O “in the box” ou “dentro da caixa” se refere ao seu computador, pois com essa maravilha da tecnologia fomos capazes de nos reinventar, fazer coisas que antes não eram possíveis ou facilitar processos já existentes. Esse é o caso da produção musical, pois antigamente, até os anos 90/2000, a forma que você tinha de produzir seu som com qualidade era alugando um studio de gravação e gastando uma fortuna, o que ainda era pouco caso você decidisse montar o seu próprio studio, pois se hoje o valor dos equipamentos que já não são necessários ainda custam o olho da cara, então imagine o valor deles antigamente.

Acontece que com o advento do computador e o desenvolvimento de DAWs (digital audio workstation), softwares que lhe possibilitam ter toda a logística de um studio de gravação na palma das suas mãos e no conforto do seu quarto, além da simulação digital de equipamentos analógicos, os famosos plug-ins, agora você pode ter todo um studio dentro do seu computador, da sua caixa e, por isso, “in the box”. Mas se você está aqui então é porque descobriu que essa maravilha é possível, porém ainda não possui todas as informações necessárias que te deem a confiança que precisa para começar a produzir você mesmo ou a sua banda.

Porém, não se engane, a produção in the box não vai substituir músicos de qualidade ou uma boa composição, essa forma de produzir o seu som apenas vai lhe oferecer as ferramentas que você precisava e não tinha e aquelas que você precisava e não sabia. Mas por onde começar? Sim, você não precisará comprar uma mesa de som SSL para começar as suas produções, mas também não é possível gravar o som da sua guitarra usando uma batata... Portanto, alguns equipamentos mínimos são necessários. Para saber do que você precisa é simples, basta acessar esse link e ler o nosso artigo sobre Como Montar o Seu Home Studio, onde você encontrará tudo que precisa para iniciar as duas produções.

CONHEÇA A SUA DAW 

Certo, então você já obteve os equipamentos inicias necessários, agora você precisa se familiarizar com eles, a começar, pela sua DAW. Independente de qual você tenha escolhido, toda DAW possui diversas funções que são fundamentais para a sua produtividade durante uma produção, como a possibilidade de usar áudios elásticos, ou o simples cortar e juntar de faixas, o uso de cross fades e por ai vai (dizem que uma DAW possui tantas funções que algumas delas são desconhecidas até mesmo por seus desenvolvedores...).

Mas não desanime, todo primeiro contato com algo novo pode parecer assustador e desencorajador, porém, a persistência é a segredo do sucesso (acabei de inventar). Diversas são as formas que você pode encontrar para se familiarizar com a sua DAW, seja pela tentativa erro, o que eu não recomendo de cara pois pode ser muito doloroso, ou por meio de tutoriais, e essa é de fato a minha dica para vocês. No youtube ou no próprio site da desenvolvedora da sua DAW possuem diversos vídeos tutoriais que te ensinam desde as ferramentas mais simples às mais avançadas para que você domine por completo sua DAW. Então faça uma pipoca, se acomode e comece os estudos.

Conhecer bem a sua DAW pode fazer você mais do que duplicar não só a sua efetividade como, também, a qualidade de suas músicas. E se não acredita em mim, então tente produzir algo como um teste, poucas faixas e de curta duração, e depois de aprender mais sobre as ferramentas de sua DAW tente executar a mesma ideia. Depois disso pode vir correndo para os comentários desse artigo dizendo que estava certo. Obrigado, de nada.

PLUG-INS 

Mais difícil do que escolher a sua DAW é escolher os seus plug-ins, isso principalmente por conta de um fato: quantidade. Existem, literalmente, milhares de plug-ins, e se você é leigo no assunto, é de se esperar que você se perca mesmo, isso é normal, porém, mais uma vez, não desista, estou aqui para te ajudar. O que então são os plug-ins? Podemos classifica-los em dois tipos, como eu gosto de fazer: aqueles que simulam equipamentos analógicos e aqueles que são exclusivamente digitais. Os primeiros plug-ins vieram com o objetivo de trazer o efeito de um processamento analógico realizado, por exemplo, por um compresso famoso, como o LA-2A, de forma totalmente digital, por meio da manipulação da informação do áudio, que no seu computador são zeros e uns, diferentemente o que ocorre em equipamentos analógicos, que trabalham com um sinal elétrico que se traduz em som.

Essa diferença de atuação obviamente produz resultados diferentes e, por isso, por mais que se esforcem, o som de um plug-in nunca será idêntico ao som de um equipamento analógico, afinal, nem mesmo os equipamentos analógicos possuem o mesmo som entre eles. Contudo, com o passar dos anos e a evolução da tecnologia, cada vez mais esses plug-ins simuladores se aperfeiçoam e soam indistinguíveis com os analógicos até mesmo para grandes produtores com ouvidos afinados. Porém, isso não é algo para o que você tenha de se atentar, o som entre um equipamento analógico e um plug-in são meramente diferentes, não melhor ou pior, cabe a você, músico ou produtor, saber qual a sonoridade que melhor encaixa no seu som.

Já os plug-ins exclusivamente digitais nasceram como uma resposta do mercado à popularidade que esses softwares obtiveram, pois só os plug-ins passaram a ser tão populares que não mais se precisou copiar uma sonoridade que já havia para que pudesse vender bem. Timbres e processamentos únicos foram criados em plug-ins que não representavam nenhum outro hardware já produzido, e ainda assim possuíam uma sonoridade super agradável e, com o passar do tempo, requisitada. Isso foi só um pouco da história de criação dos plugins e para que servem, como creio que isso já ficou claro, agora vamos a pergunta de $1.000.000,00 de dólares: qual plug-in devo escolher?

Ora, como os plug-ins inicialmente seguiram como cópias de equipamentos analógicos já a muitos anos usados na indústria da música, basta que você compreenda quais são esses equipamentos, para que servem, como os utilizar que, por consequência, você saberá quais plug-ins adquirir. Eu sei que não é tão simples assim, eu já estive no seu lugar, e a solução é uma só: estude. Novamente, existem diversos vídeos, artigos, blogs, conteúdos em geral que lhe ensinaram sobre esses equipamentos, mas, para que você não tenha de partir do nada, vou lhe indicar por onde começar. Estude sobre equalizadores e compressores. Acontece que quanto mais você conhece sobre um assunto, mais você percebe mais há para se conhecer dele, pois uma porta sempre te levará a outra. Assim, estudando sobre esses equipamentos básicos e clássicos, tenho certeza que você se deparará como nomes como “deesser”, “gate”, “side-chain”, “compressão paralela”, e a minha dica aqui é: pesquise. Pesquise como se não houvesse amanhã, entenda basicamente o que são cada um desses novos nomes que lhe aparecem, para que em uma leitura mais completa, numa discussão mais profunda, você não se sinta tão perdido. É como montar um quebra-cabeças, você monta pedaços e pedaços, que as vezes sozinhos podem ou não fazerem muito sentido, mas quando todos os pedaços se juntam, o panorama geral da coisa toda se torna muito mais claro.

Ok, agora sei quais são plug-ins de que preciso, como os conseguir? Não se engane, não é porque não dependem de uma linha de produção, materiais para a sua construção, que plug-ins são gratuitos, afinal, alguém os desenvolveu e merece receber por isso (assim como você gostaria de receber cada vez que alguém ouve as suas músicas). Portanto, as vezes plug-ins ou um pacote desses pode ser bem caro até, porém, sempre vemos empresas oferecendo descontos e as vezes até disponibilizando alguns gratuitamente. Minha dica sobre isso é ficar de olho no site www.pluginboutique.com, pois lá você terá acesso a esse tipo de informação de forma mais atualizada possível.

Tenho outra boa notícia para você, a DAW que você baixou é tão completa que ela também vem com um pacote de plug-ins. Esses são os chamados plug-ins nativos, e acredite se quiser, apenas com eles você já pode realizar toda uma produção profissional. Então não perca tempo, você não precisa esperar aquele limiter da fabfilter entrar na promoção para o conseguir e começar suas produções, você pode fazer isso agora mesmo usando apenas dos plug-ins que veem com a sua DAW.

TÉCNICAS 

Não importa se você está na frente de uma mesa de som no Midas, no Mosh Studio, no Sonastério, ou se está na frente do seu monitor, no seu quarto, ao lado da sua cama, algo sempre será imprescindível para uma boa produção: técnica. Feliz ou infelizmente, não existe plug-in, equipamento analógico, DAW ou instrumento que te faça um melhor profissional, isso advém com o tempo, estudo, rotina e perseverança. Desenvolver habilidades de produção musical não é algo fácil, mas também não é impossível.

Mais uma vez eu vou lhe dar a dica fundamental não só para essa, mas para todas as áreas da sua vida: estude. A internet trouxe consigo uma quantidade de informação nunca antes imaginada, e você pode encontrar literalmente de tudo por aqui. Por isso, minha dica para você é que tenha sabedoria ao iniciar uma pesquisa na internet, pois você pode facilmente se perder ou consumir informação falsa. Não caberá nesse artigo discorrer sobre técnicas de produção, isso fica para outro artigo, mas saiba que está é a ferramenta mais importante que você pode ter e que vai determinar se sua produção será realmente boa ou não. Pois se você possui técnica não importa se sua produção é in the box ou não, ela será boa. A produção in the box vem para te ajudar com a democratização de ferramentas que antes possuíam um acesso muito limitado. Por isso lembre-se, o que faz uma boa mesa não é um bom martelo, mas um bom carpinteiro.

PRODUÇÃO HIBRIDA 

Se não agora, com o passar do tempo será natural que você desenvolva um certo “fetiche” por equipamentos analógicos. Mas não se assuste, isso é completamente normal para nós, entusiastas do áudio. E não será problema algum se você decidir adquirir um compressor ou um equalizador, futuramente, pois é completamente plausível que você possa fazer uma produção híbrida, ou seja, com a utilização tanto de recursos digitais como analógicos. Minha única dica nesse caso é simples, não compre um equipamento analógico simplesmente por ter. Estude-o antes, saiba qual é a sua sonoridade e qual é a sonoridade que você deseja ouvir, e caso elas casem, vá as compras. A, mais uma dica: não compre equipamento analógico com um mínimo defeito que seja, pois são extremamente caros e difíceis de se arrumar, na maioria das vezes. Então, se for o caso, compre um equipamento analógico usado, com algum defeito, já esperando que gastará o mesmo valor que pagou nele para o arrumar, use isso ao seu favor para negociar.

A respeito da Pneuma Produtora, hoje utilizamos uma produção híbrida, contudo, mais voltada para o in the box, pois assim minimizamos nossos gastos, o que nos possibilita oferecer serviços mais acessíveis para você. Pois bem, chegamos ao final de mais um artigo, e se lhe restou ainda alguma dúvida, entre em contato conosco, que podemos discutir suas questões como uma possível produção da forma que melhor te atenda.

                Então é isso, até a próxima, e tchau!

 
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